domingo, 24 de fevereiro de 2008

Solidão


Sentiu-se só naquela noite, a solidão não lhe parecia mais a melhor companhia. Pensou em tomar algumas taças de vinho e se encher de coragem, brindar sozinha a todas suas conquistas, mas algo a incomodava, não sabia ao certo que sentimento era aquele.
Serviu-se um chá e sentou em sua poltrona a fim de refletir, de se encontrar.
Os amigos existiam, o amor lhe era grato, entretanto havia ainda um vácuo, um vazio... Sua vontade era de gritar, de chorar e o silêncio daquela noite era estarrecedor.
Resolveu então ficar ali, inerte, tentado não pensar em nada por mais que isso fosse difícil. Em sua mente milhares de coisas, porém não se prendia a nenhuma lembrança.
Sabia que o amanhã seria diferente, bastavam alguns telefonemas, encontros, mas sabia também que o encontro consigo mesma todas as noites era inevitável. Foi então que adormeceu e ao acordar viu que o mesmo silêncio imperava, entretanto outra mulher sentava ali, alguém mais forte e confiante. Percebeu que tais encontros eram válidos e necessários, que não devemos temer a solidão e que a tristeza é algo normal, basta não permitirmos que ela nos controle inteiramente.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Queridos Amigos

Houve um tempo onde as pessoas quando se aproximavam de outras faziam disso laços resistentes, onde nem o tempo ou a distância fossem capazes de desfazer.
Nessa época, cerca de 30 ou 40 anos atrás, as amizades eram mais verdadeiras, mais duradouras, menos frágeis, onde um pequeno mal entendido não destruía o respeito e a admiração existente.
Amizade era palavra levada a sério, as pessoas eram verdadeiramente companheiras, confidentes; os anos passavam, cada um podia até tomar um rumo diferente do outro, mas havia ainda os encontros, os jantares, os telefonemas, as cartas...
Hoje mesmo com tamanha tecnologia as pessoas não conseguem manter proximidade semelhante, o egoísmo impera, o trabalho consome e não resta tempo para lembrar e muito menos se preocupar com aquela pessoa que um dia você julgou tão especial.
Hoje, quando o telefone toca em hora imprópria as pessoas enrugam a testa, muitas vezes os e-mails não são respondidos e as chamadas no MSN ignoradas...
As pessoas se sentem melhor sozinhas, mas quando um problema as afligem até recordam de alguns nomes, entretanto falta coragem para manter contato e pedir um ombro amigo.
São poucos os que te consideram e que você pode retribuir tal sentimento, o amigo sincero está escasso porque o mundo se transformou em uma velocidade incrível e o ser humano se deixou levar pela frieza das máquinas esquecendo que dentro de si corre sangue quente e que melhor que um agasalho no inverno é um abraço amigo e sincero num momento de dor e sofrimento.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Somos bons ou ruins? Há como saber?

Há uma maneira de descobrir verdadeiramente quem você é?
Os limites que nos impomos, as regras que seguimos, permitem sermos quem realmente somos?
A sociedade possui uma falsa moral, onde diversas atitudes não são bem vistas, entretanto sabemos que às escondidas todos mantêm comportamentos nada respeitáveis ou dignos.
Não há como negar, todos erram, tomam decisões nem sempre aprovadas pela maioria, mas o que fazer quando agimos assim e somos descobertos?
Bem, se seguirmos o exemplo de nossos políticos negamos, não assumimos a culpa, assim também o fazem os homens com suas esposas, os filhos com seus pais. Atitude essa compreensiva, afinal negar é bem mais fácil que confessar e responder as conseqüências.
Mas em nosso íntimo, há como descobrir se somos mesmo bons ou ruins? Já que todo ser humano carrega dentro de si um misto de bondade e crueldade?
Bem provável que definitivamente tal pergunta fique sem resposta clara, uma vez que indiscutivelmente seremos bons e maus sempre, variando apenas as questões e se, ao termos pensamentos não tão bondosos levaremos ou não adiante, até porque quem é que nunca pensou em revidar aquela rasteira? Alguém tem coragem de dizer que não?

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Vigilante culpado?

Imagine você, dono de uma escola particular que possui uma arma adquirida de forma ilegal.
No intuito de garantir a segurança dos alunos resolve contratar um vigilante, entretanto contrata alguém sem as qualificações para o cargo. É então que você decide entregar a ele seu revólver, porém o funcionário não possui autorização para portar arma de fogo!
Já no primeiro dia de aula há uma invasão na escola e durante luta corporal entre bandido e vigilante a arma dispara ferindo três alunos, onde um deles chega a falecer.
Eis a pergunta, de quem é a real culpa?
No mínimo de ambos, porém não é o que foi noticiado, apenas o vigilante foi preso e será acusado de homicídio e porte ilegal de arma.
Não o eximo de sua responsabilidade, porém acredito que mais pessoas deveriam ser julgadas nesse caso, entretanto cada vez menos vemos a justiça sendo aplicada corretamente, algo que choca e revolta.
Sem mais comentários....