segunda-feira, 1 de março de 2010


Muitas vezes pensava que como era louco alguém assistir tantas vezes um mesmo filme, mas o que na época eu não sabia o quanto maravilhoso é quando você vê na tela algo que você se identifica, se emociona, se transfere.
É assim com Sex and the City, seja nos inúmeros episódios, seja no filme tão esperado.
Parece bobagem, parece até imaturidade, mas ali eu me vejo, me reconheço em tantos episódios da minha própria história. Já fui Carrie, Samantha, Charlotte e mesmo não gostando nada, já fui também Miranda.
Cada ano, cada idade, cada romance, cada crise, cada alegria, cada tristeza...enfim, no fundo toda mulher é ou foi um pouco cada uma delas.
Hoje sou mais Charlotte, casada, feliz, com filho e duvidando de vez em quando se essa felicidade toda é real, afinal, tanta gente diz que ela não existe!
Deixei muito meu lado Carrie, quase não escrevo, parei de pensar em um dia escrever um livro, enfim...abandonei meu sonho, minha fantasia. Nem sequer leio como antes, ou estudo como antigamente.
Existem dias me vejo sem identidade e duvido até do que eu sou!
Mudei de profissão ou abandonei a que eu amava? Abandonei ou fugi por não me julgar tão boa quanto pensava? Será que o medo dessa verdade me fez correr para não saber a verdade?
E hoje? Sou mesmo boa no que faço atualmente ou os elogios são falsos?
Quantas vezes também me achei incapaz e quis desistir, entretanto essa opção não era válida, ainda.
Será que querer mudar de novo não seria mais uma fuga para deixar uma coisa incompleta por eu temer não conseguir terminar com êxito?
Não sei. Na verdade sei tudo e nada ao mesmo tempo.
Agora, neste momento sei que queria ser escritora, ter obras publicadas, mas sequer tenho em mente se escreveria um romance, se tentaria escrever artigos para uma revista ou jornal ou se isso tudo não passa de fantasia da cabeça de uma menina de 32anos que entra na TV e acha que tudo o que vê ali pode trazer para seu mundo.
Mas como já dizia o poeta "Sonhar não custa nada".
Será?